\n

\u201cNossa principal tarefa era nos estabelecermos nos cora\u00e7\u00f5es do povo<\/i>.\u201d Tranh Dinh Minh, FNL Vietnam<\/span><\/p>\n<\/blockquote>\n

Mar\u00e7o de 2020. Mal complet\u00e1vamos o primeiro trimestre de assombro com a nova pandemia global, e j\u00e1 vinham \u00e0 luz as primeiras an\u00e1lises sobre seus efeitos para a ordem social que iria florescer de seus resultados. A inviabilidade de solu\u00e7\u00f5es particulares para um problema coletivo, a relev\u00e2ncia dos centros p\u00fablicos de pesquisa e o papel decisivo do sistema p\u00fablico de sa\u00fade seriam os fatores respons\u00e1veis por fazer emergir a constata\u00e7\u00e3o da fal\u00eancia dos valores individualistas que orientam a ordem neoliberal, for\u00e7ando a inevitabilidade de uma nova configura\u00e7\u00e3o social de car\u00e1ter coletivista, atenta \u00e0s demandas de classes subalternas, \u00e0 emerg\u00eancia ambiental e ao papel do Estado como ag\u00eancia redistributiva de recursos. Passado mais de um ano do in\u00edcio da maior crise sanit\u00e1ria em mais de um s\u00e9culo, com profundos impactos econ\u00f4micos, \u00e9 poss\u00edvel uma aprecia\u00e7\u00e3o mais cuidadosa dos seus reflexos nas rela\u00e7\u00f5es sociais e comportamentos coletivos \u2013 e podemos dizer, infelizmente, que n\u00e3o temos ind\u00edcios de que os apressados exerc\u00edcios de futurologia do ano passado tenham acertado em seus diagn\u00f3sticos.<\/p>\n

Aqui pretende-se concentrar o foco apenas nos aspectos mais destacados dos comportamentos coletivos, como indicativos dos valores e rela\u00e7\u00f5es sociais que expressam. A despeito de toda a expectativa gerada quanto \u00e0 compreens\u00e3o da imposi\u00e7\u00e3o de solu\u00e7\u00f5es coletivas, com a ades\u00e3o em massa de par\u00e2metros para preservar a sa\u00fade de todos, as rea\u00e7\u00f5es apontam para diversas manifesta\u00e7\u00f5es de exacerba\u00e7\u00e3o do individualismo ego\u00edsta. O cont\u00e1gio se propaga a partir dos eventos inescap\u00e1veis da vida em sociedade: o \u00f4nibus, a fila do banco, o mercado, o refeit\u00f3rio. Situa\u00e7\u00f5es que exp\u00f5em a impossibilidade de que cada um escolha se quer ou n\u00e3o tomar os cuidados definidos por comit\u00eas sanit\u00e1rios, pois todos podem ser polos de dissemina\u00e7\u00e3o do v\u00edrus. Se a divis\u00e3o social do trabalho torna imprescind\u00edveis que algumas categorias permane\u00e7am em atividade, a solu\u00e7\u00e3o poss\u00edvel \u00e9 reduzir a circula\u00e7\u00e3o de pessoas ao m\u00ednimo indispens\u00e1vel, buscando restringir os fatores de propaga\u00e7\u00e3o. Contrariando as expectativas triunfais de predom\u00ednio do coletivismo, e as orienta\u00e7\u00f5es cient\u00edficas de respeito a regras universais para o controle do cont\u00e1gio, proliferam as rea\u00e7\u00f5es de exacerba\u00e7\u00e3o do ego\u00edsmo. As aglomera\u00e7\u00f5es s\u00e3o verificadas nas praias de Recife e Santos, nos bares do Leblon e na Savassi, no Br\u00e1s, no Ver o Peso, em s\u00edtios da Grande Belo Horizonte, em clubes de Florian\u00f3polis ou no camel\u00f3dromo de Goi\u00e2nia, em bailes no Alem\u00e3o e na Zona Leste de S\u00e3o Paulo, nos caf\u00e9s de qualquer centro urbano e nas festas clandestinas nos bairros de periferia ou \u00e1reas nobres de norte a sul do pa\u00eds.<\/p>\n

Apesar de respostas semelhantes, que s\u00e3o diuturnamente apresentados no notici\u00e1rio como equivalentes, as raz\u00f5es para o comportamento de risco variam de acordo com a classe. O senso de superioridade e insubmiss\u00e3o \u00e0s leis acompanha o comportamento das classes dominantes desde o per\u00edodo colonial, ao passo que na classe trabalhadora s\u00e3o experimentados sentimentos de abandono e urg\u00eancia, somados \u00e0 necessidade de se aglomerar em transportes urbanos, desde sempre prec\u00e1rios, e enfrentar o risco nos locais de trabalho. Uma obriga\u00e7\u00e3o inescap\u00e1vel que obstrui a compreens\u00e3o quanto \u00e0 necessidade de se isolar, que nesse cen\u00e1rio se torna privil\u00e9gio de que n\u00e3o disp\u00f5em. Os trabalhadores n\u00e3o tiveram o amparo necess\u00e1rio para manter o isolamento, s\u00e3o obrigados a enfrentar o risco e a morte diariamente para garantir o lucro do patr\u00e3o que se protege, portanto n\u00e3o t\u00eam qualquer base material para incorporar as preocupa\u00e7\u00f5es orientadas por comit\u00eas cient\u00edficos. Enquanto falta a inst\u00e2ncia de formula\u00e7\u00e3o ideol\u00f3gica que ofere\u00e7a a explica\u00e7\u00e3o de porque s\u00e3o colocados nessas situa\u00e7\u00f5es, que interesses impedem sua autopreserva\u00e7\u00e3o, e como pode se organizar para resistir e reverter esse quadro, outras fontes de refer\u00eancia fornecem justificativas para n\u00e3o aderir a tais medidas que comprometem sua renda, sua liberdade e sua vida, apresentadas como artimanhas de inimigos do regime pol\u00edtico que defende sua fam\u00edlia.<\/p>\n

Em oposi\u00e7\u00e3o a essas refer\u00eancias, \u00e9 imprescind\u00edvel opor uma outra elabora\u00e7\u00e3o ideol\u00f3gica, produto de uma inst\u00e2ncia organizativa que forja a leitura coletiva, ideol\u00f3gica da pandemia: as raz\u00f5es de classe para a dificuldade econ\u00f4mica, derivada da explora\u00e7\u00e3o do trabalho; a aus\u00eancia de um aux\u00edlio emergencial robusto, gra\u00e7as \u00e0 orienta\u00e7\u00e3o neoliberal de um Estado que elimina pol\u00edticas p\u00fablicas, para direcionar recursos ao capital financeiro. Uma inst\u00e2ncia que seja capaz de mobilizar essa interpreta\u00e7\u00e3o para sustentar um projeto pol\u00edtico que supere historicamente a divis\u00e3o\u00a0 <\/span>de classes, atrav\u00e9s da constru\u00e7\u00e3o coletiva do Poder Popular. Essa inst\u00e2ncia se constituiu historicamente, no movimento dos trabalhadores, como o partido revolucion\u00e1rio. \u00c9 uma tarefa imediata que se coloca aos comunistas, nessa conjuntura, o esclarecimento ideol\u00f3gico nesses termos.<\/p>\n

\u00c9 nos espa\u00e7os constru\u00eddos coletivamente, ao longo dessa hist\u00f3ria da luta de classes, que as concep\u00e7\u00f5es a respeito das causas dos problemas e o caminho pol\u00edtico de sua supera\u00e7\u00e3o s\u00e3o elaboradas, emergindo do confronto de vis\u00f5es em cujo debate emerge a s\u00edntese. O horizonte para onde aponta essa s\u00edntese, se revolu\u00e7\u00e3o ou negacionismo cient\u00edfico e busca individual de ganhos, depender\u00e1 das condi\u00e7\u00f5es de sua pr\u00f3pria forma\u00e7\u00e3o. Em s\u00edntese, a orienta\u00e7\u00e3o ideol\u00f3gica \u00e9 um produto direto do espa\u00e7o de sua forma\u00e7\u00e3o, se o Partido da classe organizada ou o aplicativo de mensagens que reproduz o discurso do obscurantismo, sem revelar seus interesses. A referencia ideol\u00f3gica que subsidia correntes de mensagens por telefone deriva em larga medida de uma religiosidade de corte fundamentalista, ancorada em leituras muito particulares da B\u00edblia, que orientam a um comportamento crist\u00e3o sob medida para os requisitos do ultraliberalismo. A exalta\u00e7\u00e3o do individuo, o \u201cempreendedorismo\u201d e a glorifica\u00e7\u00e3o do consumo emergem como atualiza\u00e7\u00e3o da \u00e9tica que alimenta o comportamento adequado ao capitalismo; a resigna\u00e7\u00e3o e a busca por adapta\u00e7\u00e3o facilitam a aceita\u00e7\u00e3o de condi\u00e7\u00f5es prec\u00e1rias das rela\u00e7\u00f5es de trabalho uberizadas.<\/p>\n

O que nos interessa, do ponto de vista do Partido que tem a tarefa hist\u00f3rica de organizar a classe trabalhadora para a luta, \u00e9 identificar onde essa mesma classe est\u00e1 buscando suas refer\u00eancias para compreender a sua trag\u00e9dia cotidiana; e mais, realizar o trabalho necess\u00e1rio para estarmos l\u00e1, cumprindo esse papel. \u00c9 imperativo desenvolver a metodologia eficaz para traduzir nossas an\u00e1lises e nosso programa em uma refer\u00eancia palp\u00e1vel para os trabalhadores, tornando-se assim uma diretriz para a a\u00e7\u00e3o. Essa \u00e9 a realiza\u00e7\u00e3o pr\u00e1tica da palavra de ordem \u201caliar o otimismo da vontade ao pessimismo da raz\u00e3o\u201d: a interpreta\u00e7\u00e3o realista e bem fundamentada de uma situa\u00e7\u00e3o que promove o sofrimento di\u00e1rio, apontando suas causas e respons\u00e1veis, deve ser complementada com a demonstra\u00e7\u00e3o de que n\u00e3o se trata de uma fatalidade ou um destino imut\u00e1vel. Por isso devemos cumprir esse papel de refer\u00eancia, oferecendo uma explica\u00e7\u00e3o clara e compreens\u00edvel da rela\u00e7\u00e3o entre o sofrimento vivido na pandemia e suas causas diretamente vinculadas ao capitalismo, \u00e0s rela\u00e7\u00f5es de trabalho, \u00e0 explora\u00e7\u00e3o e aos interesses dominantes que controlam o sistema pol\u00edtico e determinam as escolhas dos agentes. \u00c9 apenas assumindo esse papel que podemos empurrar a interpreta\u00e7\u00e3o para o campo da supera\u00e7\u00e3o de uma condi\u00e7\u00e3o que n\u00e3o atende nem pode atender as necessidades da classe trabalhadora, pois \u00e9 estruturada em sua explora\u00e7\u00e3o.<\/p>\n

A op\u00e7\u00e3o ideol\u00f3gica e pol\u00edtica por esse caminho n\u00e3o acontece por automatismo, como reflexo imediato do drama cotidiano, e contribuir para seu esclarecimento \u00e9 uma tarefa essencial dos revolucion\u00e1rios nesse contexto de pandemia. Nesse sentido, \u00e9 importante intensificar o trabalho ideol\u00f3gico, que j\u00e1 fazemos com debates de temas da conjuntura, mas \u00e9 tamb\u00e9m fundamental aprofundar a discuss\u00e3o de como levar esse trabalho para outros espa\u00e7os, indo ao encontro da classe onde ela mais precisa. N\u00e3o \u00e9 um trabalho simples nas condi\u00e7\u00f5es em que se encontram os movimentos sociais e sindical nessa fase do capitalismo, e se tornou consideravelmente mais \u00e1rduo no contexto da pandemia, pois muitas de nossas atividades tradicionais de milit\u00e2ncia sofrem severas restri\u00e7\u00f5es visando o respeito aos protocolos de distanciamento e preserva\u00e7\u00e3o da vida. \u00c9 contudo uma tarefa complexa, que deve ser encarada com a seriedade que a situa\u00e7\u00e3o demanda; o trabalho dos comunistas nunca foi simples, mas nem por isso nos eximimos da luta.<\/p>\n

\u00c9, portanto, incontorn\u00e1vel que os comunistas promovam o trabalho ideol\u00f3gico de esclarecimento da liga\u00e7\u00e3o entre o governo e as centenas de milhares de mortes, o desemprego, a falta de vacinas, o aprofundamento da crise econ\u00f4mica. Mais do que isso, a demonstra\u00e7\u00e3o objetiva de que os perigos e malef\u00edcios que o bolsonarismo representa v\u00e3o al\u00e9m da pessoa f\u00edsica do presidente. Deve ficar claro que n\u00e3o basta afast\u00e1-lo, imaginando que qualquer coisa que o substitua ir\u00e1 solucionar essas quest\u00f5es. Costurar alian\u00e7as para 2022, que signifiquem garantir que o pr\u00f3ximo governo far\u00e1 as reformas que Bolsonaro n\u00e3o consegue entregar, n\u00e3o resolve os problemas e atualiza a luta para a pr\u00f3xima gest\u00e3o. Os comunistas devem e v\u00e3o continuar no esfor\u00e7o permanente de demonstra\u00e7\u00e3o de que por tr\u00e1s da fachada de estupidez e barb\u00e1rie desse atual governo, est\u00e3o os interesses permanentes da burguesia brasileira. As fra\u00e7\u00f5es dominantes, \u00e1geis na identifica\u00e7\u00e3o da incompet\u00eancia desse atual governo para realiza\u00e7\u00e3o de suas reformas que aprofundam o esbulho da classe trabalhadora, j\u00e1 vem realizando seu descolamento desse bloco no poder, replicando o seu comportamento na ditadura civil militar a partir da distens\u00e3o, que se inicia uma d\u00e9cada ap\u00f3s o golpe. E tamb\u00e9m a exemplo do procedimento adotado no per\u00edodo, realiza essa dissocia\u00e7\u00e3o e prepara a continuidade da autocracia em um processo \u201clento, gradual e seguro\u201d, que se arrastou por mais uma d\u00e9cada. A estrat\u00e9gia atende um prop\u00f3sito pol\u00edtico que nunca sai do horizonte, garantir o controle das altera\u00e7\u00f5es pol\u00edticas pelo alto, mantendo exclu\u00eddas do processo as classes trabalhadoras.<\/p>\n

\u00c9\u00a0 <\/span>manifesta\u00e7\u00e3o eloquente da indisposi\u00e7\u00e3o com os movimentos populares, o tratamento da grande m\u00eddia dispensado aos atos do ultimo dia 29 de maio, indicando os limites da \u201coposi\u00e7\u00e3o\u201d que esses grupos, como porta vozes da burguesia, est\u00e3o dispostos a promover. No dia seguinte a manifesta\u00e7\u00f5es de rua em mais de duzentas cidades, com uma participa\u00e7\u00e3o popular que em tempos de pandemia s\u00f3 pode ser vista como gigante, jornais de circula\u00e7\u00e3o nacional optaram por estampar em suas capas amenidades e insinua\u00e7\u00f5es de recupera\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica. Por mais que venham desgastando a imagem do governo h\u00e1 mais de um ano, n\u00e3o encontra abrigo nesse comportamento pol\u00edtico a abertura a uma contesta\u00e7\u00e3o que tenha origem e seja conduzida de forma aut\u00f4noma pelas classes populares atrav\u00e9s de suas organiza\u00e7\u00f5es. Este \u00e9 apenas o mais evidente tra\u00e7o dos motivos para que os comunistas mantenham suas reservas em rela\u00e7\u00e3o a uma frente ampl\u00edssima \u201ccontra o fascismo\u201d, que inclui for\u00e7as que contribu\u00edram para sua entroniza\u00e7\u00e3o, e cujos interesses n\u00e3o podem ser contemplados sem que os da classe trabalhadora sejam comprometidos. A luta consequente contra o bolsonarismo e seus reais significados pol\u00edticos para a classe trabalhadora depende da identifica\u00e7\u00e3o dos interesses pol\u00edticos que devem ser derrotados, as for\u00e7as que os representam, e que coaliz\u00e3o atende, de fato, aos trabalhadores. Os atos de 29 de maio devem ser vistos como um marco da retomada das ruas pelas organiza\u00e7\u00f5es populares, e n\u00e3o devemos ceder \u00e0s for\u00e7as que pretendem atuar como freios da luta de classes. Nosso esfor\u00e7o de aprofundamento do trabalho ideol\u00f3gico deve servir, enfim, para ampliar nossa atua\u00e7\u00e3o, da forma como demonstramos onde estivemos presentes: organizados, disciplinados e comprometidos com as pautas da classe trabalhadora. Emprego, comida no prato e vacina no bra\u00e7o!<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

LEONARDO ANDRADA<\/p>\n","protected":false},"author":1,"featured_media":75496,"comment_status":"open","ping_status":"open","sticky":false,"template":"","format":"standard","meta":{"footnotes":""},"categories":[172,180],"tags":[412,413,414],"class_list":["post-75495","post","type-post","status-publish","format-standard","has-post-thumbnail","hentry","category-colunas","category-destaque","tag-triunfalismo","tag-imobilismo","tag-trabalho-ideologico"],"_links":{"self":[{"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/75495","targetHints":{"allow":["GET"]}}],"collection":[{"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts"}],"about":[{"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/types\/post"}],"author":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/users\/1"}],"replies":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/comments?post=75495"}],"version-history":[{"count":1,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/75495\/revisions"}],"predecessor-version":[{"id":75500,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/posts\/75495\/revisions\/75500"}],"wp:featuredmedia":[{"embeddable":true,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/media\/75496"}],"wp:attachment":[{"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/media?parent=75495"}],"wp:term":[{"taxonomy":"category","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/categories?post=75495"},{"taxonomy":"post_tag","embeddable":true,"href":"https:\/\/www.poderpopularmg.org\/wp-json\/wp\/v2\/tags?post=75495"}],"curies":[{"name":"wp","href":"https:\/\/api.w.org\/{rel}","templated":true}]}}